Salve a todos os capoeiristas!
Hoje e a estréia do filme WATCHMEN no Canadá e no mundo todo. Mestre Eclilson de Jesus (Capoeira Aché Brasil) trabalhou neste filme como duble/ator (cena da prisão).
Axé para todos!
ejesus@intergate.ca , eclilson@hotmail.com
Fonte: Livro: CAPOEIRA: JOGO ATLÉTICO BRASILEIRO
Mestre Eclilson de Jesus nasceu no Recife (Pernambuco). Eclilson é altamente conceituado no mundo da Capoeira, e tem ensinado esta arte nos ultimos vinte anos. É conhecido por sua agilidade e suas acrobracias de tirar o folego. Mestre Eclilson já participou de diversos festivais desde 1990 no Canadá e Estados Unidos, demonstrando essa art sui generis que combina dança e arte marcial. Foi nesta época que decidiu fazer de Vancouver a sua nova morada. Desde então sua carreira Profissional o tem levado a vários países , ensinando esta antiga arte brasileira, a Capoeira, e viajando com o seu grupo Aché Brasil.
Mestre Eclilson já se apresentou para televisão, Festivais de Artes, Teatros e Escolas; também estrelou em vários filmes e video games como duplê. Atualmente ele ocupa o cargo de presidente da Associação Nacional de Capoeira do Canadá.
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Watchmen: heróis e vilões
Publicado em 06.03.2009, às 14h42
Carol Almeida Do Caderno C/ JC
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Não faz tanto tempo assim que os departamentos de marketing dos estúdios de cinema aprenderam uma importante lição: há um elemento incrivelmente excitante na desconfiança dos fãs de quadrinhos. As suspeitas e maus pressentimentos, cevados por um certo apego afetivo às obras originais, alimentam hoje uma indústria que não se intimida em transformar super-heróis em brindes de McLanche Feliz. Mas nenhuma outra obra de quadrinhos com esses extraordinários seres humanos (ou não) poderia ser mais intocável que Watchmen, série publicada originalmente entre 1986 e 87. Mais de 20 anos depois, Watchmen chega aos cinemas com as digitais do diretor Zach Snyder impressas na espessa redoma de vidro que guardava a pedra mais preciosa do roteirista Alan Moore, nome invisível aos créditos deste e de tantos outros filmes adaptados de sua obra. Descrente na indústria hollywoodiana, o escritor há muito abdicou dos direitos dos filmes decalcados de seu trabalho.
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À sombra dessa incredulidade, fãs do trabalho original de Moore e do desenhista Dave Gibbons entrarão em várias salas de cinema do mundo, hoje, com a respiração em suspenso. Vários sairão dessas salas confirmando uma certeza prévia de que Watchmen é inadaptável. Outros tantos se levantarão das cadeiras admirados com a tridimensionalidade de várias cenas que, sim, foram por muitas vezes imaginadas como se a perspectiva do leitor fosse a mesma de uma câmera. Mas, a bem da verdade, 99% das pessoas que optarem por assistir a este filme com a premissa de que terão sua divertida dose de inverossimilhança sob capas e máscaras de super-heróis moralistas vão levar um baque. E vai doer.
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Watchmen não é um filme McLanche Feliz
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Primeiro porque Watchmen não é uma história sobre super-heróis, pelo menos não aqueles super-heróis que nos acostumamos a ver em narrativas onde o bem vence o mal e espanta o temporal. Heróis e vilões são aqui uma coisa só, ironia de uma narrativa que tem como pano de fundo a bipolaridade do mundo capitalista x comunista. Segundo porque este é um filme que não poupa no sangue e no sexo (mas retira das mãos de uma das protagonistas os cigarros que sempre a acompanhavam nos quadrinhos). A lembrar que a censura é de 18 anos. Terceiro porque esta é uma narrativa que envolve conceitos bem densos sobre tempos relativos, física quântica, guerras individuais e fracassos coletivos. E finalmente porque este é um enredo cujo final, por mais que tenham modificado o roteiro original de Moore, não consegue preencher os pré-requisitos do desfecho alto astral. Sua conclusão está mais para redenção que para solução. Em suma, Watchmen não é um filme McLanche Feliz.
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O roteiro de Moore não dá trégua. Reunindo seis personagens em um grupo de vigilantes conhecidos como Watchmen, a série em quadrinhos vai e volta no tempo e traz tramas paralelas (como uma outra história em quadrinhos chamada de Contos do Cargueiro Negro, que ganhará em breve uma animação) que, não por uma questão de tempo hábil, mas pelo fator formato, dificilmente é compreensível em um script de cinema. Ainda que tivesse mais de três horas de duração (ao invés das duas horas e quarenta minutos que este filme tem), seria pouco provável conseguir projetar os conflitos despejados por Moore e Gibbons no papel.
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Apesar de tudo isso, é preciso reconhecer o esforço de Snyder nesse audacioso e corajoso projeto. Ele, que é mais conhecido por ser o diretor de outra adaptação dos quadrinhos, 300, vem construindo uma estranha obsessão em converter os quadros de uma HQ em frames audiovisuais. E há de se admitir que algumas dessas adaptações são plasticamente cintilantes. As cenas de embate corporal, bastante exploradas para manter o público “novato” sentadinho, exibem a forte herança videoclíptica do diretor – a rápida inserção de uma vinheta da MTV na primeira sequência do filme não trai as intenções de Snyder. A direção de arte trabalha pesado para acompanhar os cenários e personagens tão bem elaborados por Dave Gibbons.
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A superfícies de Marte, a nave Archie, a fortaleza construída por Ozymandias, o azul transparente iluminado do Dr. Manhattan e mesmo as ruas de Nova Iorque dos anos 80 foram moldadas para satisfazer a ânsia dos fãs em ver o trabalho de Gibbons em tela grande. As já citadas cenas de ação, com saltos acrobáticos e aterrissagens espetaculares de alguns personagens, colaboram para provar que houve uma preocupação em dar uma identidade visual heróica a este drama quase existencial. Portanto, se para os estetas, o filme não decepciona, para o bem da narrativa, ele é exatamente resultado daquela desconfiança prévia dos fãs em ver uma obra referencial dos quadrinhos em um filme que não sabe a quem precisa agradar: os leitores de Watchmen ou os 99% restantes
Um comentário:
gostei do site e vi vc nos jogos de inverno 2010, muito bom.
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