quinta-feira, 29 de maio de 2008

Mestre André Lacé cutucando a razão e o brio das lideranças fluminenses.

Agenor Moreira Sampaio - Sinhozinho - Capoeira Utilitária.
Fonte: Mestre André Lacé Lopes
Cutucando a razão e o brio das lideranças fluminenses ("fluminense", aliás, que não amarelou, ontem, para o habilidoso e milongueiro Boca Junior) - de repente - a eles "realizam" a importância da Capoeiragem do Rio Antigo (e do moderno também).

O fato é que - por enquanto - os capoeiras estão muito além da Capoeira.

Especialmente os daqui do Rio de Janeiro que, antes, eram exemplo modelar para o resto do Brasil (ODC, Plácido, Manduca, Maltas e Turma da Lyra, Zuma, Inezil, Sinhozinho, Hermanny etc, sem precisar a criativa capoeira que era praticada no subúrbio do Rio e na Baixada Fluminense).

Anualmente os governos - municipais, estaduais e federal - gastam milhões com a capoeira.

Agora mesmo, recebo e-mail de Cuba dizendo que tem um grupo de capoeira por lá, patrocinado por verbas públicas brasileiras. Quem seleciona tais grupos?

E quanto as verbas milionárias que acabam de ser liberadas pelo governo federal?
O projeto do professor-doutor Luiz Sergio Dias, carioca da gema, escritor premiado, não foi aprovado. Mas caberá a uma instituição baiana escrever um livro sobre a Capoeira do Rio de Janeiro. Quem seleciona, afinal, tais projetos, sobre quais critérios?

As lideranças fluminenses, seguindo obediente o rebanho, devem estar aplaudindo.

Repito, se Sinhozinho (e outros) fosse baiano, já teria uns cinco diplomas da Câmara dos Vereadores, da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, e de Brasília.

Os baianos não estão errados, o Rio é que poderia voltar a ser o que era.

Imagine uma cerimônia de mudança de placa na Rua Agenor Sampaio, uma outra em função de una guaribada (necessária) no jazigo da família de Sinhozinho, uma outra comemoração no Quilombo Leblon, que também foi imitado, imagine, finalmente (mas sem esgotar o assunto) a publicação de um livro sobre todos esses motes, com algumas apresentações a cargo de um Luiz Sergio, Lamartine e alguns outros.
No outro dia filmei Rudolf Hermanny jogando com um de seus alunos, também veterano. Eu mesmo fiz questão de fazer uma "sombra" com o Rudolf: que noção de espaço e da dinâmica de qualquer luta, que festival de recursos inteligentes e eficazes. A idéia é mandar o filme (ficou muito amador, espero fazer coisa melhor) para a Itália, onde Mestre Coruja vai realizar cursos para as Forças Armadas, com base na capoeira utilitária de Sinhozinho.

Aliás, da Itália, recebo a gravação de uma canção italiana com um excelente berimbau de fundo (para médico-professor baiano algum colocar defeito).

Vou, agora, jogar algum colesterol ao mar e, em seguida, voltar a trabalhar nas memórias da capoeiragem do Rio Antigo.

Parabéns pelo seu trabalho.






André Luiz Lacé

9 comentários:

Anônimo disse...

From: Augusto Januario Passos da Silva - augusto.baeta@ig.com.br
Date: 01/06/2008 20:37
Re: Capoeira - Mestre André Lacé cutucando a razão e o brio das lideranças fluminenses.-//-
To: Capoeira Jogo Atletico Brasileiro - euj7405@gmail.com

O incrivel é que algumas pessoas que por ventura entrou em alguma roda de capoeira um dia faz tanta questão de criticar a capoeira da Bahia. A capoeira da Bahia não é só dos baianos mas sim de todo o mundo, leia Negragada Instituição do carioca Eugenio Libano Soares e terá alguma ideia disso.
Deixem a capoeira da Bahia pros baianos, não a pratique, jogue a capoeira jenuinamente carioca.
Não sei porque a capoeira jogada na Bahia é modelo no mundo todo.
Foi também local de resistencia. A capoeira praticada na Bahia não é mera brincadeira....
O que querem afirmar?
Falta coragem de fazer ou falta argumento.
Sinhozinho kjá foi, Manduca e outros já foram... Pastinha já foi, Noronha, Totonho Maré, Valdemar, Caiçara, Canário Pardo, Canario de uma Muda Só, Peito de Pombo, Argemiro Chapeleiro, Cobrinha Verde, Dois de Ouro, Martinho da Pemba, Querido de Deus, Boca de Porco, Paulo Satanás, Inimigo sem Tripa.... e tantos outros que já ouviram falar, mas não estou falando de quem ainda está vivo, se fosse faze isso aqui não teria espaço para transmitir devido ao no de byte que ocuparia.
Jogue sua capoeira e deixe a que querem dizer que é nossa pra nós.
Augusto Januário

Fernando Rabelo de Souza disse...

Nada neste mundo é perdido. Nem a brincadeira do Mestre André Lacé com os bahianos.

Digo isto porque tem aí uma questão que me deixa curioso: porque é que o mundo todo adotou a Capoeira da Bahia e não outra?

Uma coisa que deve ter influenciado - achismo meu, não nego - é a questão da estética, da musicalidade, do aspecto festivo mesmo, da "brincadeira", presentes na Capoeira bahiana, dando lugar a marcialidade insossa nos dois "Manuais", o apócrifo de 1904/07 e o do Zuma ao final da década de 20.

Mas que a resposta segura à questão daria uma boa tese, isso daria.

Anônimo disse...

Mestre André Lacé:
Sou amigo do Miltinho Astronauta e tenho realizado algum levantamento de informações sobre a capoeira em São Paulo. Sei que o Mestre Sinhozinho freqüentou uma academia paulistana, antes de se mudar para o Rio de Janeiro, chamada "Força e Coragem". O senhor possui alguma informação sobre essa academia? É possível que o Sinhozinho tenha aprendido a capoeira lá? Há alguma menção de Sinhozinho sobre essa academia? Já fiz os mesmos questionamentos ao Mestre Rudolf Hermanny, mas ele me disse que pouco sabia sobre a época em que Sinhozinho teria vivido em São Paulo.
Grato pela sua gentil atenção,
Carlos Carvalho Cavalheiro.

Abaixo segue uma crônica publicada no jornal do Capoeira ( do Miltinho Astronauta). Talvez interesse:
O ensino da capoeiragem no início do século XX

Artigo de Carlos Cavalheiro a repercussão em jornal de Sorocaba, São Paulo, sobre a abertura de Academia de Capoeira no Rio de Janeiro, em 1920. A matéria trouxe a chamada "Um Desporto Nacional"

Carlos Carvalho Cavalheiro
02.08.2005 - Sorocaba " SP
www.capoeira.jex.com.br

A despeito de sua criminalização com a inserção no código penal de 1890 (Decreto 847/1890), a capoeiragem encontrou ainda nas primeiras décadas do século XX vários defensores e adeptos, especialmente entre intelectuais, escritores, jornalistas, boêmios... pessoas que circulavam pelos mesmos logradouros freqüentados pelos capoeiras.
Assim, João do Rio em "A Alma encantadora das ruas", descreve o universo dos capoeiristas, Coelho Neto defende a sua prática como desporto, Aníbal Burlamaqui publica o seu método de capoeiragem e o articulista Petrus publica em 1914, num jornal de Sorocaba, uma crônica em que um capoeira carioca acaba se saindo melhor numa disputa com um boxeador inglês.
A vitória do negro capoeira Ciríaco sobre o campeão japonês de jiu-jitsu Sada Miako (conhecido como Conde Koma), também é responsável pela profusão de defensores da capoeira como esporte nacional. A par desse contexto, surge ainda o pensamento eugênico que vê na prática de esportes a forma de se aperfeiçoar e melhorar a espécie humana.[1]
Faltava apenas domesticar a capoeira, nascida livre nas vadiagens[2] e brincadeiras das ruas, dar-lhe um aspecto de esporte regrado. Daí surgirem livros procurando metodizá-la, regulamentá-la, regrá-la, castrá-la. Aliado a isso, a campanha dos intelectuais (como Monteiro Lobato no conto "O 22 do Marajó") procurando evidenciar as qualidades nobres da capoeira e, ainda, o surgimento das primeiras idéias de fundação de academias que ensinassem a luta.
O jornal sorocabano Cruzeiro do Sul, por exemplo, reproduz a notícia da pretensão de se fundar uma academia nesses moldes no Rio de Janeiro em 1920. Eis a nota:

UM DESPORTO NACIONAL
O dr. Raul Pederneiras e o professor Mario Aleixo pretendem fundar no Rio uma escola para o ensino de um desporto genuinamente brasileiro: a capoeiragem.
Diz a "Folha" do Rio, ser a capoeiragem um desporto excellente. Quando bem executado e abolidos os golpes mortaes, é um meio utilissimo de defesa.
Há ainda na Capital Federal conhecedores emeritos da capoeiragem, mas poucos, relativamente aos que havia antes do regimen republicano.
Um japonez, jogador afamado do "jiú jutsú" foi vencido há tempos pelo capoeira carioca Cyriaco.
Raul Pederneiras pensa em reviver esse desporto, auxiliado pelo professor Mario Aleixo, que já ensinou "jiú-jutsú" e capoeiragem à polícia civil do Rio.
Os francezes chamam aquelle desporto de "savate": os pés, as mãos, a cabeça, tudo o capoeira emprega quando se defende.
A "Folha" cita um marujo brasileiro, um tal "Boi", que num porto francez resistiu a uma escolta numerosa, só se utilizando da cabeça e dos pés.[3]

A idéia de se ensinar a capoeira em academias vai tomando vulto com o passar dos anos. Sinhozinho cria uma no Rio de Janeiro[4]. Mestre Bimba funda a primeira academia registrada oficialmente em Salvador, na década de 1930. Uma década depois, Mestre Pastinha inaugura a sua academia de capoeira angola.
O fenômeno das academias baianas trará uma nova conformação à própria história da capoeira, uniformizando (no que tange às tradições, hábitos, costumes, rituais, instrumentação, cantigas etc) sua prática, especialmente após a migração de mestres para o sudeste brasileiro. Isso foi um dos motivos pelos quais a capoeira conhecida e praticada hoje é a baiana. Infelizmente, por outro lado, foram-se apagando pouco a pouco as práticas regionais anteriores como a pernada, a tiririca, o cangapé, a punga, o bate-coxa... que não puderam oferecer resistência e nem conseguiram criar condições para competir com a capoeira baiana.

Carlos Carvalho Cavalheiro.
23 de julho de 2005.
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O autor é pesquisador autônomo da história e do folclore de Sorocaba. Sócio efetivo da Comissão Paulista de Folclore (IBECC/UNESCO). Licenciado em História pela UNISO. Especialista (pós-graduação) em Gestão Ambiental - Faculdade Senac.

Créditos da foto do Jornal: Rogério Lopes Pinheiro de Carvalho

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[1] REIS, Letícia Vidor de Sousa. O mundo de pernas para o ar. SP: Publisher . 2000. p. 65.
[2] O termo vadiagem, aqui, não tem a conotação pejorativa geralmente aliada ao termo. Vadiagem, neste contexto, é a forma como os próprios capoeiristas tratam a prática da sua brincadeira na roda de capoeira.
[3] Cruzeiro do Sul, 31 jan 1920.
[4] ASTRONAUTA, Miltinho. Capoeira em São Paulo: Coletânea número zero A velha guarda da capoeira. Disponível em http://www.osacabrac.org/acervo.htm acessado em 17ago 2004.

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Carlos Carvalho Cavalheiro - 19.8.2005 00:24:38
Caro Fernando Rabelo de Souza: Provavelmente vc. esteja com a razão. Infelizmente, muitos outros pesquisadores confundiram as duas personalidades. Em vários artigos o Sada Miako (ou Sadao Miako, em algumas notas) é tido como Conde Koma. Daí a confusão. Vou rever minhas anotações e verificar quais as fontes que trazem a informação equivocada. Muito obrigado pela sua orientação. Vou pedir ao Miltinho, também, a gentileza de excluir o nome do Conde Koma do texto. Um forte abraço, Carlos C. Cavalheiro.
PS- Só respondi agora porque não sabia que havia um comentário em relação ao meu artigo.

FErnando Rabelo de Souza - 7.8.2005 22:27:20
Há pessoas vivas em Belém do Pará, que conheceram o "Conde Koma", introdutor do Jiu Jitsu no Brasil, e que se chamava Mitsuo Maeda. Creio que é bom distingui-lo do Sadao Miako que levou a pior na peleja com o Ciríaco.

Anônimo disse...

De: Carlos Carvalho Cavalheiro
Para:
RedentorSocial Associacao,
Renata Almeida Valim Leite,
Miltinho_Astronauta Capoeira,
André Luiz Lacé Lopes,
Erika Balbino,
Letícia Vidor de Souza Reis
data: 02/06/2008 16:55
assunto: Re: Algumas respostas: Capoeira - Mestre André Lacé cutucando a razão e o brio das lideranças fluminenses.-//-//-//

Com licença! Não quero polemizar, mas apenas comentar algo que aqui foi dito. Na realidade, não penso que haja alguém contra a capoeira baiana - até porque, como cansei de falar, é esse o modelo e a fonte da capoeira hoje: a Bahia. Penso que o que exista - e assim me coloco - pessoas interessadas na história da capoeira antes do paradigma baiano se tornar hegemônico. Por que se tornou hegemônico? Creio que haja várias hipóteses. Uma delas, segundo Letícia Vidor, no seu livro "O Mundo de pernas pro ar" é a opção do governo federal em elevar a capoeira baiana em detrimento da carioca por ser esta última amplamente associada a marginalidade (afinal foi no RJ que Sampaio Ferraz fez a "limpa" e desterrou os capoeiras). Acredito também que a organização que a capoeira baiana adquiriu com seu modelo de academias, regras (Pastinha, por exemplo, adotou uniforme para seus alunos - não sei se é só para turista ver, mas o fato é que havia) não deixou espaço para as práticas de capoeira de outras localidades que eram informais, feitas nas ruas e outros locais (como campo de futebol) e praticamente sem orientação alguma (aprendia-se na prática o que vale dizer, na "porrada"). Outra coisa, por exemplo, é a propaganda em cima da capoeira baiana como produto turístico, literário (veja, por exemplo, Jorge Amado), artístico (Carybé, por exemplo), etc. Apenas especulações, sem querer ter a verdade absoluta e nem polemizar. Mas acho que dá uma boa conversa amiga.
Carlos Carvalho Cavalheiro.

Anônimo disse...

GOES ODILON disse...
From: GOES ODILON
Date: 02/06/2008 19:44
Re: Algumas respostas: Capoeira - Mestre André Lacé cutucando a razão e o brio das lideranças fluminenses.-//-//
To: Capoeira Jogo Atletico Brasileiro euj7405@gmail.com

taí gostei da roda! vadiagem da dialética isso é muito sadio e importante para arte da capoeira. Odilon Góes

Anônimo disse...

From: J G MAIL - Mestre Jeronimo - mestrejeronimo@gmail.com
Date: 02/06/2008 22:23

Subject: cariocas... a capoeira da Bahia não é só dos baianos

Anônimo disse...

From: Simone Berger
To: Joel Pires Marques
Cc: Luiz Fernando Goulart ; cobra mansa ; J G MAIL
Sent: Tuesday, 3 June 2008 21:58
Subject: Algumas respostas: Capoeira - Mestre André Lacé cutucando a razão e o brio das lideranças fluminenses.-//-//

Olá Joel
Quando Mestre Jerônimo (quem me levou para o universo da capoeira) me disse que não havia capoeira daqui ou dali, nem desse mestre ou daquele, nem de tal ou tal estilo, TUDO É CAPOEIRA!
Fui à Bahia (pretendo voltar e ficar mais tempo) também fui muito bem recebida, tanto pelos seguidores de Bimba como Pastinha. Pelos Mestres amigos do meu Mestre aqui do Rio é óbvio que me receberam com mais carinho, uma coisa que pude notar é que principalmente nas rodas dos angoleiros as mulheres participam de igual para igual, respeitando a hierarquia como para os homens.
Aqui no Rio (não digo por mim, estou engatinhando ainda na capoeira) eu já constatei o machismo nas rodas, em relação a uma Mestra...principalmente nas rodas dos ditos regional...não dão nem chance de jogar é só entrar, dar uma gingada e cortam o jogo...
O mais importante é que não ouvi nenhum comentário e nenhuma piadinha sobre capoeiragem do Rio de Janeiro. Eles jogam, seguem em frente, projetam sua arte para o mundo enquanto eu percebo muita gente aqui só na falação...
E isso não é fala só minha, estavam comigo dois amigos do Rio um professor e outro Contramestre que poderão afirmar o mesmo...
Eu entrei na roda virtual do Mestre JC por defender nossa arte, cultura, folclore e patrimônio cultural.
Enquanto a disputa de egos e a busca pela palavra final não for jogada para escanteio e substituída por ações que priorizem a arte, a beleza e o sucesso de todos, ficaremos sempre nesta peleja que não chegará a ponto algum, enquanto os outros (baianos, paulistas e etc...) estão na deles e desenvolvendo seu jogo, seu trabalho e sua arte.
Um grande abraço, espero vê-lo breve
Simone - Leoa

Anônimo disse...

Preçado Joel:
Mio portugueis nao e muito bom,entao pedo licença para que vçs comprendan meus erro encuanto a o idioma e nao encuanto a explanaçao objetiva.
Sinhozinho,depois de meus estudos e influenciado da Missao Francesa de 1906 pela instrucçao da Policia Paulista.O pai dele foi militar e vereador en Sao Paulo no inico do siglo XX.tEMOS FONTES NO TREINO DE Savate na Força publica de Sao paulo.Isto e uma realimentaçao da Capoeira pois tempo atrais llego o Savate en varias ocaçoes.Se vçs precisar as fonte seguir: http://saladepesquisacapoeira.blogspot.com/ na margen da dereira.

AEC disse...

Sinhozinho,Zuma e outros sao influenciados pela Missao Francesa de 1906 com o intuito de formaçao policial a militar no Brasil.
Escola de Educação Física da Força Pública do Estado de São Paulo
http://www.savate.sk/lacannesk.htm














foto:Box Savat - a luta corpo a corpo também era uma forma de treinar os soldados franceses, nos tempos das guerras napoleônicas, o vigor físico era a principal qualidade exigida do soldado.
Esse número assemelha-se a um "Kata" de luta marcial, o qual é composto de golpes de pernas, pés e punhos. O Box Savat também foi introduzido em nossa Escola pela missão militar francesa.
É realizado ao ritmo da marcha "Velhos Camaradas".



foto:Bailado Joinville Le Pont - originalmente criado como "Quadrilha de Monitores de Joinville Le Pont", este bailado foi criado pela Escola de Joinville Le Pont, na França.
Seus passos e sua forma de ser dançado foram extraídos de uma dança popular do interior da França, na passagem dos séculos XVIII e XIX, assemelhando-se à nossa dança junina e dançado naquela época somente por homens.





Em 27 de dezembro de 1910, a Lei nº 12.444 criou a Companhia Escola para instrução de recrutas e de candidatos à graduação de Cabo, criou também o Curso Especial de Instrução Militar, criando ainda o Curso de Instrução Geral para formar Oficiais e bem como manteve a seção de esgrima e de ginástica, no Quartel da Luz.O Regulamento de Promoções, criado recentemente, previa a aptidão física como requisito de ascensão profissional.Em dezembro de 1911, chegaram a São Paulo os Sargentos LOVIS LEMAITRE e ADRIEN DELBOSS, ambos comissionados ao posto de Capitão para se juntarem ao corpo de instrutores.LEMAITRE, que também era mestre de ginástica pela Escola de Joinville Le Pont, assumiu, em 25 de março de 1912, o comando da Seção de Esgrima, substituindo BALANCIER.O Cap ADRIEN DELBOSS foi designado para ministrar instrução de ginástica para o Corpo de Bombeiros e jiu-jitsu para a Guarda Cívica.LAMAITRE ampliou as atividades curriculares e físicas, introduzindo exercícios até hoje executados pela EEF/PM:- Ginástica sueca;- Jogo de bastões (ou jogo do pau): sucessão de golpes de bastões;- O Box-savat (ou box francês): combinação de golpes de punhos e pernas;- A Esgrima-a-baioneta: movimentos de ataque e defesa com fuzil de baioneta calada;- Grupo Conjugado de Força: ginastas que se elevam em pirâmides com paradas de mão e acrobacias e- O Bailado Joinville Le Pont: dança folclórica, hoje extinta na França e só praticada pela Polícia Militar do Estado de São Paulo.Em 05 de agosto de 1914, a Missão Militar francesa retorna à França devido ao início da 1ª Guerra Mundial.Os Oficiais franceses instrutores foram substituídos pelos Alferes FAUSTINO DA SILVA LIMA e ANTENOR GONÇALVES MUSA, ambos do 4º Batalhão, nas disciplinas de esgrima, ginástica e jiu-jitsu.

http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/28.pdf

http://www.polmil.sp.gov.br/unidades/ccfo/historico.html