sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Feliz Aniversário, Gil Clementino Cavalcanti de Albuquerque Filho, mestre Gil Velho!!! 15 de dezembro.

Feliz Aniversário, Gil Clementino Cavalcanti de Albuquerque Filho, mestre Gil Velho!!!
DADOS PESSOAIS.
Fonte: Livro Capoeira: jogo atlético brasileiro

Nome: Gil Clementino Cavalcanti de Albuquerque Filho
Identificação: CREA-RJ-49954-D
Data de Nascimento: 15 de dezembro de 1948.
Local de Nascimento: Recife, Pernambuco, Brasil.

e-mail: gilvelho@hotmail.com gilvelho@yahoo.com.br

1 - Nasci em Recife, capital de Pernambuco, no final da década de 40, século XX. Venho de uma família tradicional, os Cavalcanti de Albuquerque, cuja história se confunde com a própria história do espaço pernambucano. A mistura de elementos indígenas, lusos, holandeses e afro na sua formação, me transmitiu uma memória genética que flui nos meus insight e interagem no meu processo vivencial.

Assim, quando meu Pai se muda para o Rio de Janeiro, no inicio da década de 50, passo a simbiotizar esta perspectiva genética com a leitura da realidade percebida do espaço carioca. Torno-me um pernambucano carioca, com uma passagem rápida por Copacabana e um pouso longo em Ipanema, onde passo minha infância e adolescência.

Ipanema, nesta época se assemelhava a um subúrbio carioca com a diferença de ter o mar e estar na periferia da efervescente Copacabana, mas nas suas praças continham o cenário das cidades de interior, cavalos, charretes, mocinhas dando volta na praça, rapazes territorializando um banco da praça. Nas praias, marcavam-se os espaços por uma grande barraca associada a uma rede de vôlei, no pós praia, a rapaziada deslizava nas ondas na onda do jacaré, de peito ou sobre a tabuas de madeira. Nos bares, a boemia se esparramava no Mau Cheiro, no Jangadeiro, Veloso ou no Zepelim. Os cinemas eram 4, dois poeiras, sem ar condicionado e cadeiras de madeira, o Ipanema e o Pirajá, os luxuosos eram o Paz e o Astória.

Pontilhando este cenário bucólico, emergiam as favelas como a do Cantagalo, Catacumba e a da Praia do Pinto. Neste ambiente, comecei a ler a capoeira através de um discípulo do Mestre Sinhozinho, o Cirandinha, e neste contexto crio minhas raízes cariocas. Acompanho o desenrolar do carnaval de rua, o seu desaparecimento na zona sul e posterior ascensão, através da reconstrução das bandas, como a de Ipanema, e percebo a força que este espaço gerou na cultura carioca, principalmente nas décadas de 50,60 e 70.

Vivo todo o processo da evolução da capoeira moderna carioca, pois o grande salto foi a fusão das escolas de capoeira do Mestre Sinhozinho com a do Mestre Bimba da Bahia, na década de 60, no cenário carioca, pelo Grupo Senzala, do qual sou um dos fundadores.

Durante muitos anos, trabalhando como geógrafo em geomorfologia, analisando a dinâmica da relação forma e processo da superfície do relevo, percebi que vida é interação, ou seja, troca simbiótica e que todos os elementos do universo estão em unicidade, pois uma realidade é composta por infinitas relações e é sua percepção de momento que constrói a sua realidade e que esta percepção está relacionada a sua capacidade sensorial corporal. Esta relação ficou mais clara quando comecei a trabalhar com o etno conhecimento, onde a questão da identidade e território entra como elemento de sustentabilidade de vida, comecei a fazer espontaneamente ensaios de capoeira onde os indivíduos construíam seu perfil do seu gestual capoeira e com isto criavam um espaço identitário e uma noção de pertencimento ao contexto inserido.

Dentro desta ótica observei a distancia que a capoeira moderna tinha dos movimentos de capoeira originais do século XIX, principalmente do Rio de Janeiro, onde existe um grande acervo de informações e trabalhos sobre esta questão e que a diferença estava exatamente na organicidade dos movimentos originais e a racionalidade dos movimentos criados na modernidade.

2 - FORMAÇÃO.
Como geomorfólogo, minha perspectiva organicista sempre me favoreceu na leitura do tecido geomórfico, em cuja trama sempre foi percebida a dinâmica interativa que formatava, dentro da diversidade composta por elementos antrobiofísicos, a realidade mutável da forma terrestre e a dinâmica interativa que constrói continuamente a superfície da terra. Esta foi a base para percepção da capoeiragem como prática ao mesmo tempo gestual e estruturadora da espacialidade física.

Formei-me Bacharel em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em 1973.

Memorial
A formação do Mestre Gil Velho passa pelo geógrafo Gil Cavalcanti ou vice versa, pois, estes dois personagens, se fundem numa perspectiva vivencial, que passa pelo trinômio "espaço, ambiente e forma", termos que estão em unicidade e envolvem percepção de tempo, movimento e troca, que por sua vez estão diretamente relacionados à questão da realidade, ou seja, do contexto vivenciado.
Minha primeira experiência de docência foi na Universidade Federal do Acre como professor de Geomorfologia no Departamento de Geografia, no ano de 1976.

Posteriormente, lecionei durante 11 anos no Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio, no período que vai de 1988 até 1999, como professor das cadeiras de Geomorfologia, Hidrologia, Análise Ambiental e socioecologia. Colaborei ainda com a criação do curso de Pós Graduação em Análise e Avaliação Ambiental da PUC-Rio, Desenvolvi, neste período, Diversos Projetos relacionados à percepção socioecológica.

Durante 18 anos trabalhei como Geógrafo na Amazônia, em levantamentos geobiofisicos nas diversas unidades socioecológicas desta região. Também atuei em todo litoral brasileiro, em levantamentos de geomorfologia costeira para diversas empresas como Petrobrás, Portobrás, CPRM, e outras. Na região nordeste trabalhei em levantamentos geohidroecológicos, na área do semi-árido (caatinga), onde vivenciei as diferenças tanto físicas como culturais desta região. Nos últimos quatro anos trabalhei com levantamentos socioecológicos, aplicados em processos de identificação de Terras indígenas, processo de licenciamentos ambiental de empreendimentos que interferiam na perspectiva identitária e territorial indígena, como em programas de ordenamento etnoterritoriais. Todos estes procedimentos foram trabalhados dentro de uma perspectiva sócia participativa.

A minha experiência gerencial em projetos, programas sociais ou educação comunitária passa tanto pelos trabalhos da área socioecológica como pela capoeira que faço há 50 anos. Durante o meu trabalho como professor da PUC/RJ desenvolvi ações comunitárias que associavam a capoeira ao meu trabalho acadêmico, tendo inclusive registro desta perspectiva no filme documentário “O ONIBUS 174”.A capoeira foi sempre um espaço, para mim, de ensaio de percepção identitária e territorial, onde desenvolvi vários trabalhos de resgate pelo individuo, de sua percepção contextual. Este trabalho foi dirigido, sempre, para todas as faixas etárias, como crianças e adolescentes (inclusive com meninos de rua), como jovens adultos e pessoas de 3º idade.

3 - EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL.
Minha primeira experiência de docência foi na Universidade Federal do Acre como professor de Geomorfologia no Departamento de Geografia, no ano de 1976.

Posteriormente, lecionei durante 11 anos no Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio, no período que vai de 1988 até 1999, como professor das cadeiras de Geomorfologia, Hidrologia, Análise Ambiental e Ecologia. Colaborei ainda com a criação do curso de Especialização em Análise e Avaliação Ambiental também da PUC-Rio.

Durante 18 anos trabalhei como Geógrafo na Amazônia, em levantamentos geobiofisicos nas diversas unidades socioecológicas desta região. Também atuei em todo litoral brasileiro, em levantamentos de geomorfologia costeira para diversas empresas como Petrobrás, Portobrás, CPRM, e outras. Na região nordeste trabalhei em levantamentos geohidroecológicos, na área do semi-árido (caatinga), onde vivenciei as diferenças tanto físicas como culturais desta região. Atualmente desenvolvo trabalhos na linha do etnoconhecimento, mais especificamente etnoecologia na região Amazonas em áreas indígenas.

2 comentários:

Anônimo disse...

...pai da CLAUDIA & FERNANDA?!
As conheci numa escola do RJ.
Inclusive moravam num prédio no LEBLON onde familiares meus até. Onde tb tenho origem no NO (CE).
Mundo pequeno mesmo.

Anônimo disse...

Alias soube que tais de um 'fogo' dakeles!
Nem sabia que a maior morava no DF.
Onde até executaram coisas ILÍCITAS quando + jovens/caraco.